Aqui vão as dicas da Psicóloga Daniela Alonso, de São Paulo,
para a Revista "Guia Prático para Professoras de Educação Infantil"
de setembro de 2005.Como fazer para crianças de 3 a 6 anos pararem quietas e
prestarem atenção? Não existe uma fórmula pronta pra manter a turma de
Maternal, Jardim ou PRÉ interessada na aula. Isto depende de vários fatores e
um deles é simples: as crianças podem não estar maduras o suficiente para a
disciplina exigida. Nesta faixa etária, o comportamento e as noções de ética e
moral encontram-se em processo de construção. Uma das funções da professora é
justamente colaborar com essa construção.
LIMITES SEM SOFRIMENTO
Colocar limites, porém, nem sempre é fácil. A tentação de ficar irritada
e começar a gritar pode ser grande.
1) - Acima de tudo seja coerente: Não confunda as crianças com graus de
aceitação diferentes perante um determinado comportamento. Se subir na cadeira
for uma proibição sua, esta deve ser sempre uma proibição. Se você deixar num
dia e não deixar no outro, as crianças tentarão tirar proveito dessa brecha.
"Apenas alunos com hiperatividade ou alguma deficiência devem receber,
eventualmente, um tratamento diferenciado. E isso os colegas de classe
conseguem entender", observa Daniela.
2) - Altere a voz e a expressão, mas não grite: Quando fizer uma censura,
altere a voz para marcar a emoção, mas não se mostre muito irritada, pois pode
parecer que você não se sente capaz de controlá-los. Em caso de balbúrdia
geral, adote códigos de silêncio:
- Bata palma 3 vezes;
- Apague a luz;
- Comece a cantar;
- Pare tudo e sente-se.
3) - Combine as regras de antemão: Essa atitude impede que você tenha de
explicar a razão de uma regra no momento em que ela é quebrada. E a melhor
forma de chegar às regras que valerão a todos é a chamada assembleia.
"Promova uma assembleia: Em roda, estimule-os a expressar o que consideram
certo e errado. Fale você também. Os motivos das regras devem ser discutidos
nessa hora. Assim, no momento de chamar a atenção de um aluno, diga
"Lembra que isso é errado?", partindo do princípio de que a
justificativa já foi dada."
4) - Não peça para a criança refletir: Se tiver de refletir quando faz
algo errado, a criança pode acabar relacionando a reflexão a algo negativo.
Como a reflexão é essencial no aprendizado e na vida em geral, evite ligá-la a
situações de repreensão.
5) - Adote a cooperação: A cooperação pode ser um santo remédio para maus
comportamentos. Peça para os alunos arrumarem a classe com você ou para
participar do "conserto" de algo que fez: se machuca um colega, pode
ajudar no curativo.
6) - Expressão dos sentimentos: Dizer "Não gostei" ou "Isso
me ofende" é muito válido, pois, na vida em sociedade, sempre teremos de
lidar com os limites das outras pessoas. Se você se expressa, mostra ao aluno
que tem sentimentos a ser respeitados.
7) - Dê exemplos positivos: Não basta dizer que a atitude está errada.
Especifique com o aluno como poderia ter sido diferente.
IMPORTANTE!
- A autoridade da classe é a professora: seja firme!
- Se a turma inteira estiver desinteressada, questione-se sobre a atividade.
Ela pode não ser adequada.
- Só comunique os pais se o aluno apresentar especial dificuldade com
regras.
-Lembre-se: crianças de até 06 anos não têm disposição para ouvir
sermões. Faça observações curtas e diretas, como "Isso não pode" e
"Pare com isso".